Fazia já algum tempo que eu não via as pessoas tão preocupadas com a situação do país. Como eu tenho 36 anos, lembro apenas da era “pós ditadura do Brasil”, o primeiro presidente que eu conheci melhor foi Sarney, depois que a faixa presidencial caiu-lhe no ombro com a morte de Tacredo Neves.
Lembro que, naquela época, minha família tinha toda uma rotina baseada na instabilidade econômica, lembro que meu pai recebia o salário de manhã e logo era necessário sair para comprar a maior quantidade de alimento possível, pois no outro dia seriam outros preços e, a cada dia passado, você comprava menos coisas. No mercado sempre havia a falta de algum alimento ou a limitação de quantidade de determinados alimentos, pois logo iria faltar, era um tempo de pressão e tensão.
Falo isso porque hoje eu vejo uma espécie de desespero na população. Mas e nós, cristãos, o que devemos fazer? Se não nos envolvemos em passeatas e protestos, algumas pessoas dizem que somos acomodados e massa de manobra, se nos envolvemos, outras pessoas dizem que estamos nos rebelando contra as autoridades estabelecidas por Deus! O que fazer então?
O cristão tem uma coisa a fazer, continuar confiando em Deus. Se olharmos para trás veremos que, em todo momento, Israel estava envolvida em problemas governamentais, ou era um rei que eles não queriam, ou era um povo que os estava oprimindo e escravizando; e ora eles se submetiam a isso, ora se rebelavam. Não tenho a resposta sobre se o cristão deve ou não fazer manifestações, o que sei é que servimos a um Deus que sempre está conosco, mesmo que a “figueira não floresça, nem a videira dê o seu fruto”, o Deus que diz “olhem os Lírios dos Campos e as aves do céu…”.
Portanto, quer você vá aos protestos, quer você não vá, ore sempre e confie em Deus!
Edgar Dallegrave